Tudo começou com uma preocupação sobre a prevenção das consequências do envelhecimento, por parte de Vanderlei Salvador Bagnato e Cristina Kurachi, docentes do IFSC, e da pesquisadora do Grupo de Óptica e Fotônica do IFSC, Fernanda Rossi Paolillo. Embora possa parecer de preocupação meramente estética, tais consequências podem ir muito além da beleza, incluindo declínio da função hormonal, neural, cardiovascular e respiratória, além da perda óssea e alterações na composição corporal, caracterizadas pela perda de massa, força e qualidade do músculo (sarcopenia) e aumento do percentual de gordura que, juntamente com desequilíbrio da taxa metabólica e o estado sedentário, podem aumentar a fadiga.
O resultado final da inquietação dos pesquisadores foi a criação de um aparelho capaz de potencializar os benefícios de exercícios físicos, consequentemente prevenindo e diminuindo as consequências do envelhecimento do corpo. O equipamento, que contém milhares de LEDs (diodos emissores de luz), foi desenvolvido no Laboratório de Apoio Tecnológico do Grupo de Óptica do IFSC, contando com a colaboração do Departamento de Fisioterapia da UFSCar, para realização do estudo clínico.
Desenvolvimento
Arranjos de LEDs, que emitem infravermelhos, foram projetados para serem utilizados durante o exercício físico e testados, diretamente, em seres humanos. “Antes de ser usado, o aparelho passou pela aprovação do Ministério da Saúde e pelos Comitês de Ética nacional e local. Só depois disso é que começamos a recrutar pacientes para testá-lo”, conta Fernanda.Em seguida aos ajustes devidos, inclusive no que se refere à parte burocrática para o uso do equipamento, durante três meses, 45 voluntárias – mulheres na pós-menopausa, entre 45 e 50 anos – iniciaram os testes e, após duas semanas, já puderam sentir os resultados.
“Estas voluntárias foram avaliadas até o período de um ano. Trabalhamos com análises sofisticadas para observar os efeitos e constatamos que houve melhora da força muscular, atenuação de perda de massa óssea, o que diminui as chances de osteoporose, e redução da fadiga. Fizemos teste de esforço na esteira ergométrica, com eletrocardiograma, e observamos, também, melhora na capacidade aeróbia”, conta Fernanda.
E as vantagens não param por aí. Além do que foi citado acima, a técnica de termografia apontou o aumento da temperatura da pele, o que indica vasodilatação e aumento da circulação sanguínea, trazendo uma melhora estética dos tecidos atingidos.
Isso significa que a celulite, uma das maiores inimigas das mulheres, também foi reduzida. “Por aumentar a circulação nas regiões afetadas, os tecidos apresentaram melhoras estéticas comprovadas, com a diminuição da celulite nas áreas observadas. Notamos, também, o aumento da síntese de colágeno, proteína responsável, entre outras coisas, pela firmeza da pele. Em razão desse aumento, a pele das voluntárias rejuvenesceu”, afirma Fernanda.
Embora em princípio testado somente em mulheres, pessoas de ambos os sexos e de diferentes idades também podem usufruir dos efeitos positivos do novo aparelho. “Já existem estudos que comprovam a eficácia do equipamento infravermelho em pessoas jovens, que tiveram hipertrofia muscular. O infravermelho associado à musculação também traz bons resultados”, afirma Cristina Kurachi.
Resultados comprovados
Para efeitos de comparação, as voluntárias que participaram dos testes iniciais foram divididas em três grupos: o primeiro com pacientes sedentárias, o segundo com pacientes que se exercitaram na esteira ergométrica e o terceiro com exercícios na esteira associados ao infravermelho.Além da melhora do desempenho físico, com o aumento da força muscular e da capacidade aeróbia, outros benefícios também foram verificados. Em relação ao nível de colesterol no organismo, o terceiro grupo apresentou uma melhora 20% maior em relação ao segundo. Outro dado registrado indica a atenuação de perda de massa óssea em 50% nas pacientes do terceiro grupo. “O segundo grupo também teve melhoras e resultados positivos, mas foram inferiores àqueles observados nas pacientes que fizeram os exercícios associados ao infravermelho”, explica Fernanda.
Como funciona?O equipamento é formado por duas placas com LEDs que emitem radiação infravermelha. Nos testes, ele foi posicionado ao lado de uma esteira ergométrica, à altura de coxas e glúteos. No decorrer dos exercícios, realizados durante 45 minutos, duas vezes por semana, raios infravermelhos foram irradiados diretamente no corpo da voluntária.
Até breve,
@Gregnani85
Faltou divulgar a fonte!!!
ResponderExcluiraí vai:http://www5.usp.br/aparelho-com-infravermelho-criado-no-ifsc-potencializa-efeitos-de-exercicios-fisicos/