segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Crossfit e prevalência de lesões

O crossfit é uma modalidade de treinamento que vêm ganhando cada vez mais adeptos ao redor do planeta.Devido ao seu caráter intermitente e grande possibilidade de variação de estímulos, atrai diversos tipos de públicos interessados em diversos objetivos.
Apesar do apelo que esse sistema de treinamento têm em termos mercadológicos, existe uma grande carência de estudos científicos que comprovem e caracterizem a modalidade do ponto de vista fisiológico e de segurança para seus praticantes.
Sob este segundo aspecto,trabalho publicado em 2013 (ver referência ao final do artigo), buscou investigar a prevalência de lesões em praticantes da modalidade.Para tanto, os pesquisadores elaboraram um questionário distribuído entre diversas associações da modalidade espalhadas pelo mundo.
Os resultados apontaram uma prevalência de 73,5% de lesões entre os praticantes, uma taxa semelhante a encontrada entre praticantes de levantamentos olímpicos e ginastas, e menores (segundos os autores) do que de esportes de contato como o Rugby,por exemplo.
Um outro dado interessante,são os locais mais acometidos pelas lesões na modalidade:ombros e coluna.Esses dados podem ser interpretados como merecedores de atenção, pois apesar das limitações do estudo, os índices demonstram uma clara necessidade de orientação profissional adequada, bem como mais pesquisas para avaliar as demandas fisiológicas e o custo/benefício da prática desta modalidade em comparação com outras mais "tradicionais".
Talvez, a justificativa para o nível de lesão encontrado nos praticantes seja o trabalho sob fadiga que muitas vezes ocorre no treinamento, devido a alta intensidade das sequências propostas.
Até a próxima!

Referência:The nature and prevalence of injury during CrossFit training.Journal of Strength and Conditioning Research / National Strength & Conditioning Association  

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Considerações sobre o lactato

A visão tradicional apresenta o lactato como um grande vilão na prática de atividade física.Isto decorre dos efeitos indesejados que o acumulo de quantidade muito grandes deste metabólito, oriundo da glicolise anaeróbia, exerce sobre o organismo, culminando com a perda de desempenho e em casos de acumulo crescente, pode haver a necessidade de interromper o esforço.
Porém, o avanço das pesquisas sobre a cinética deste no organismo têm revelado que na verdade o lactato não é um produto inútil do processo de metabolização da glicose e sim uma fonte de nergia que é reaproveitada continuamente.
Podemos exemplificar citando que o coração, durante a realização de um exercício estável, retira quase 85% da sua energia do lactato oriundo dos músculos em exercício e transportados pelo sangue.Este transporte é realizado via uma familia de peptideos denominados "MCT"(monocarboxilic transporters), os quais são expressos de forma diferentes nos tecidos, de acordo com o "perfil" do tecido como "receptor" ou "doador" de lactato.É interessante notar ainda, que o exercício físico é capaz de aumentar a densidade destes compostos em vários tecidos, o que demonstra a importância deste mecanismo para o metabolismo energético em esforço.
Paralelamente, o lactato tem se mostrado também um sinalizador importante para a transcrição de fatores genicos responsáveis dentre outras coisas pela síntese de novas mitocondrias.Portanto, devemos encarar o lactato não como um subproduto indesejável, mas sim como uma importante fontede energia, que, se for bem aproveitada pelo nosso organismo, pode aumentar a eficiência na produção de energia por mecanismo diretos e indiretos!
Ate breve,
@Gregnani85

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Suplementação de Creatina para Idosos


A suplementação com creatina tem sido utilizada a algum tempo no meio atlético e de praticantes de atividade físicas recreacionais com o intuito de aumentar o desempenho em modalidades de força e aumentar a capacidade de trabalho muscular.
Além desta perspectiva de performance,alguns pesquisadores tem investigado possíveis promissores resultados desta pratica nutricional para idosos, para os quais o foco seria evitar ou diminuir as perdas funcionais inerentes ao avanço da idade.
Esta possível efeito benéfico poderia advir de dois grande polos sabidamente afetados nessa população e responsáveis pela perda de função, nos quais a creatina parece ter importantes funções.
O primeiro deles é em relação aos benefícios conferidos em relação a estrutura e função muscular via utilização de creatina, sendo que esses benefícios poderiam ser somados aos da prática de atividades físicas regulares, melhorando as capacidades de força e resistência muscular, afetando provavelmente o desempenho do idoso nas A.V.Ds(atividades da vida diária).
O segundo e tão importante quanto a questão mencionada acima são inferências que a suplementação poderia melhorar aspectos cognitivos, já que a creatina também é encontrada em certa quantidade no cérebro.Apesar da dificuldade e limitações das pesquisas sobre o tema, é bem possível que a suplementação desta possa servir como recurso ergogênico também para o centro do nosso sistema nervoso.
Enfim, apesar da necessidade de mais pesquisas nesta área, para resolver questões em relação a responsividade dos idosos,os efeitos em idosos com limitações funcionais e ou doenças pre-existentes, a suplementação com creatina pode  passar de um recurso ergogenico apenas para o desempenho e tornar-se um importante adjuvante clínico e terapêutico para prevenir/amenizar efeitos deletérios do avanço da idade.
 Até breve,
@Gregnani85
Fonte:Palestra: Creatine Supplementation in Older Adults: The Fountain of Youth?
                               Eric Rawson 

sábado, 15 de setembro de 2012

Meias de compressão

O acessório tem função de comprimir os músculos da panturrilha, promovendo a maior regeneração da área afetada durante a prática esportiva. 

As meias de compressão foram criadas para ajudar a reduzir a sensação de cansaço e peso nas pernas após provas e treinos longos, diminuindo o risco de lesões. As meias têm a função de barreira elástica para os músculos da panturrilha, comprimindo a musculatura e melhorando o retorno venoso, que aumenta o fluxo sanguíneo na região. Por conta disso, há uma maior oxigenação e remoção de lactato, responsável pela regeneração mais rápida da área afetada. As meias de compressão podem ser encontradas em lojas de produtos esportivos, com preços que variam de R$39 a R$190.

Como usar
A eficácia cientificamente comprovada do uso das meias de compressão é dada após os treinos e as provas, para reduzir o inchaço e promover a rapidez na recuperação muscular em 38%, segundo o fisioterapeuta David Homsi. Existem atletas que utilizam as meias antes e durante as competições, mas não há comprovação de que este uso realmente funcione. 

Dica

Confeccionados em série e de forma padronizada, os modelos três quartos podem ser encontrados no mercado nos tamanhos P, M, G e GG, disponíveis nos comprimentos curto, normal e longo. Embora varie de produto para produto, seguidas todas as recomendações de uso e conservação, as meias têm sua compressão garantida de quatro a seis meses, e devem apresentar, no mínimo, 18% de elastano. Acima de 22%, pode dificultar a circulação sanguínea e prejudicar o praticante.

"Um estudo feito pela Celafiscs (Centro de estudo da medicina do esporte, em São Paulo) com triatletas comprova que as meias de compressão só funcionam após o esforço físico. Elas retardam a Dor Muscular Tardia (DMT), e são excelentes, pois a compressão deixa a fibra muscular mais unida, favorecendo a oxigenação e tornando a recuperação mais rápida". David Homsi é especialista em Fisioterapia Esportiva e Músculo-Esquelética.
Até breve,
@Gregnani85
Fonte: http://www.educacaofisica.com.br/index.php/esportes/canais-esportes/outras-modalidades/23531-meias-de-compressao-voce-utiliza-saiba-as-indicacoes-do-equipamento

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Reação aguda do organismo a privação de sono

Autores compararam 15 jovens em condição normal e após 29h sem dormir. Foi identificado um aumento dos glóbulos brancos especialmente à noite. 

Um novo estudo feito por pesquisadores holandeses e britânicos mostra que a privação de sono pode ter os mesmos efeitos do estresse sobre o nosso sistema imunológico.

Os autores compararam 15 homens jovens em condições normais, de oito horas de sono durante uma semana, e após 29 horas acordados. Foram analisados os glóbulos brancos – células de defesa – do sangue dos participantes. As maiores alterações foram observadas em células conhecidas como granulócitos, que aumentaram principalmente à noite.

Os voluntários foram expostos a pelo menos 15 minutos de luz ao ar livre na primeira 1h30 após acordarem e proibidos de usar cafeína, álcool ou medicamentos nos últimos três dias da pesquisa. Tudo isso foi feito para estabilizar o relógio biológico dessas pessoas e minimizar a privação de sono antes do estudo intensivo em laboratório.

Segundo a principal autora, Katrin Ackermann, trabalhos futuros devem revelar os mecanismos moleculares por trás dessa resposta imediata ao estresse físico e mostrar qual é o papel deles no desenvolvimento de doenças associadas à perda crônica do sono. Profissionais que trabalham por turnos e sofrem mais com esse problema poderiam ser os maiores beneficiados.

Estudos anteriores já têm associado a restrição e a privação do sono com o desenvolvimento de doenças crônicas como obesidade, diabetes e hipertensão. Outros também evidenciam que dormir bem ajuda a manter o funcionamento do sistema imunológico.
Até breve,
@Gregnani85
Fonte:http://www.educacaofisica.com.br/index.php/ciencia-ef/canais-cienciaef/fisiologia/22632-falta-de-sono-afeta-tanto-o-sistema-de-defesa-quanto-estresse

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Obesidade e Sistemas de recompensas cerebrais

Uma pesquisa recente destinada a entender os mecanismos neurológicos relacionados a obesidade e os sistemas de recompensas cerebrais, localizados na região de “região medial” do cérebro promoveu uma nova forma de se enxergar a obesidade enquanto doença.
Os pesquisadores utilizaram técnicas de manipulação genética para testar a reação dos ratos à superexpressão de uma proteína relacionada ao circuito de recompensas cerebrais e sua relação com hábitos alimentares e comportamentos como agitação e tendência ao consumo de drogas, neste estudo específico, a substancia estudada foi a cocaína.
Os resultados do estudo indicaram que os mesmos neurônios responsáveis pelo controle da fome, também são responsáveis por controlar a predisposição a outros hábitos/comportamentos como a busca constante por novidades e tendência ao consumo de cocaína.
Essa descoberta faz a obesidade e a superalimentação decorrente deste distúrbio serem vistas sob a ótica de um comportamento semelhante ao uso de drogas, classificando o excesso de alimentos como uma forma de dependência química.
Além disto, ela reforça a presença de outros fatores, além do aspecto/evento químico essencial, nesse caso a superexpressão de uma proteína,na ocorrência da obesidade, já que neste estudo, alguns dos  roedores permaneceram magros após este evento, porém, em compensação,tendiam a uma maior “inquietude” e consumo de cocaína.
Até breve,
@Gregnani85
Fonte: http://scitechdaily.com/new-research-on-the-relationship-of-obesity-and-increased-drive-of-the-reward-circuitry/

  

sábado, 7 de julho de 2012

Natação e Saúde do Osso

Um conceito  bem estabelecido no meio da atividade física é que a melhora da saúde óssea está relacionada a execução de exercícios que promovam impacto e trabalhem com sustentação do peso corporal.
Dessa forma, os exercícios realizados no meio aquático não parecem ser uma atividade indicada/eficaz quando nosso objetivo é melhorar este componente da composição corporal.
Porém, um estudo publicado em 2007 lançou novas perspectivas sobre as relações entre as práticas esportivas aquáticas e a manutenção/melhora da massa óssea.O estudo em questão comparou atletas juvenis de futebol e nadadores em relação as suas características de densidade e estruturas internas ósseas.
Diferentemente de outros estudos, além de utilizar a densidade óssea como parâmetro de mensuração, eles utilizaram também outra técnica, que leva em conta a espessura do osso e sua arquitetura interna, que era um fator desprezado em outros estudos e que influi também na capacidade do osso de suportar as cargas impostas.
Os resultados deste estudo não demonstraram diferenças significativas entre os 2 grupos em relação a arquitetura interna do osso.Esse resultado, que já tinha sido observado em 2 outros estudos com grupos semelhantes, indica que, ao menos quando se fala de adaptações a longo prazo e de um treinamento de uma intensidade relativamente alta, por conta da amostra ser de atletas competitivos com um lastro de treino de no mínimo 8 anos, parece que os esportes aquáticos também podem promover benefícios para a saúde óssea, ainda que não influam diretamente sob sua espessura.
Até breve,
@Gregnani85